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Descobri minha família com o assassinato de um parente na TV

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Jaqueline cresceu sem saber muito sobre suas raízes e só foi ter certeza de quem era sua família com a morte de um parente na TV, o caso do indígena Galdino, assassinado em Brasília. Ainda criança, Jaqueline fez uma pergunta que ficaria sem resposta por muitos anos: “Vó, a gente é índio?”. A avó reagiu apenas com um gesto: 🤫. Naquela época, ser indígena não era motivo de orgulho, mas de medo. Quando Jaqueline tinha apenas oito anos, sua mãe faleceu, e a família foi levada para a Bahia, para viver com sua avó. As lembranças desse período são marcantes: a casa simples de barro e palha, sem energia elétrica, e as lições de vida que a avó ensinava, mesmo sem saber ler ou escrever. Era uma vida simples, mas cheia de amor e partilha. Aos 15 anos, Jaqueline voltou para Ribeirão, mas o retorno foi doloroso. Na escola, a vergonha por suas origens a fez esconder quem ela realmente era. O pacto de silêncio da família sobre a identidade indígena pesava sobre ela, e Jaqueline respeitava isso. Não falava sobre o assunto. Tudo mudou em um domingo, quando seu pai pediu para ligarem a televisão. O que ela viu na tela mudou sua vida para sempre. Era o velório de Galdino Jesus dos Santos, um indígena assassinado em Brasília. Seu pai começou a apontar para a tela, reconhecendo rostos: “Essa é minha tia, esse é meu primo”. Foi naquele momento que Jaqueline soube que sua família era parte do povo Pataxó Hã Hã Hãe. Não havia mais como negar quem ela era. Jaqueline descobriu a história dolorosa de sua avó, que havia sido expulsa de suas terras por fazendeiros. O trauma de ser perseguida deixou marcas profundas, e sua avó optou por silenciar sobre seu passado. Em 2000, Jaqueline decidiu visitar a aldeia de Catarina Caramuru Paraguaçu. Foi lá que ela reencontrou seus tios e ouviu as histórias de luta pela terra, histórias de resistência e coragem. Foi lá que ela recebeu um documento do cacique, comprovando seu sangue indígena. Porém, a luta por reconhecimento continuava. Durante a pandemia, Jaqueline ouviu de uma enfermeira que não poderia tomar a vacina antecipadamente, como era liberado para pessoas indígenas, porque ela não “andava pelada”. Mas Jaqueline não se calou e passou a representar os indígenas da sua cidade, lutando para que sua família e outros fossem reconhecidos. Em 2024, ela viu um marco importante: foi inaugurado o primeiro posto de saúde com uma sala de referência para atendimento aos povos indígenas no ABC paulista. Hoje, Jaqueline carrega com orgulho a identidade que um dia foi motivo de silêncio e medo. Ela é Pataxó Hã Hã Hãe, e sua luta pelo reconhecimento indígena é o legado que sua avó lhe deixou. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

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Jaqueline cresceu sem saber muito sobre suas raízes e só foi ter certeza de quem era sua família com a morte de um parente na TV, o caso do indígena Galdino, assassinado em Brasília. Ainda criança, Jaqueline fez uma pergunta que ficaria sem resposta por muitos anos: “Vó, a gente é índio?”. A avó reagiu apenas com um gesto: 🤫. Naquela época, ser indígena não era motivo de orgulho, mas de medo. Quando Jaqueline tinha apenas oito anos, sua mãe faleceu, e a família foi levada para a Bahia, para viver com sua avó. As lembranças desse período são marcantes: a casa simples de barro e palha, sem energia elétrica, e as lições de vida que a avó ensinava, mesmo sem saber ler ou escrever. Era uma vida simples, mas cheia de amor e partilha. Aos 15 anos, Jaqueline voltou para Ribeirão, mas o retorno foi doloroso. Na escola, a vergonha por suas origens a fez esconder quem ela realmente era. O pacto de silêncio da família sobre a identidade indígena pesava sobre ela, e Jaqueline respeitava isso. Não falava sobre o assunto. Tudo mudou em um domingo, quando seu pai pediu para ligarem a televisão. O que ela viu na tela mudou sua vida para sempre. Era o velório de Galdino Jesus dos Santos, um indígena assassinado em Brasília. Seu pai começou a apontar para a tela, reconhecendo rostos: “Essa é minha tia, esse é meu primo”. Foi naquele momento que Jaqueline soube que sua família era parte do povo Pataxó Hã Hã Hãe. Não havia mais como negar quem ela era. Jaqueline descobriu a história dolorosa de sua avó, que havia sido expulsa de suas terras por fazendeiros. O trauma de ser perseguida deixou marcas profundas, e sua avó optou por silenciar sobre seu passado. Em 2000, Jaqueline decidiu visitar a aldeia de Catarina Caramuru Paraguaçu. Foi lá que ela reencontrou seus tios e ouviu as histórias de luta pela terra, histórias de resistência e coragem. Foi lá que ela recebeu um documento do cacique, comprovando seu sangue indígena. Porém, a luta por reconhecimento continuava. Durante a pandemia, Jaqueline ouviu de uma enfermeira que não poderia tomar a vacina antecipadamente, como era liberado para pessoas indígenas, porque ela não “andava pelada”. Mas Jaqueline não se calou e passou a representar os indígenas da sua cidade, lutando para que sua família e outros fossem reconhecidos. Em 2024, ela viu um marco importante: foi inaugurado o primeiro posto de saúde com uma sala de referência para atendimento aos povos indígenas no ABC paulista. Hoje, Jaqueline carrega com orgulho a identidade que um dia foi motivo de silêncio e medo. Ela é Pataxó Hã Hã Hãe, e sua luta pelo reconhecimento indígena é o legado que sua avó lhe deixou. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

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