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"Eu luto com as armas que tenho", diz Gabrielzinho, fenômeno da natação paralímpica em Paris

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Por causa dele, o hino do Brasil já foi entoado pelo menos duas vezes na piscina dos Jogos Paralímpicos, em Paris. Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, é um dos principais destaques da competição, com várias reportagens sobre a sua performance e o seu carisma tendo sido publicadas na imprensa europeia. Ele levou o ouro nos 100m e 50m costas, na categoria SM2 para atletas com limitação físico-motora na quinta-feira (29) e sábado (31). Neste domingo (1º), ele bateu duas vezes o próprio recorde nos 150 medley. Ao todo, serão 5 provas no evento. A RFI Brasil ouviu torcedores na Arena La Défense e conversou com este fenômeno da natação paralímpica.

Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris

"É um fenômeno brasileiro, estamos orgulhosíssimos de tê-lo aqui conosco", diz a engenheira Dafne Brito. "Muito legal, temos que torcer por ele, hoje e sempre", completa.

Com 1m e 21 centímetros de altura, Gabriel Araújo é um gigante da natação do Brasil. O mineiro que nasceu com focomelia, uma anomalia congênita que impediu a formação dos braços e pernas, detém diversos títulos internacionais e tem impressionado o público em Paris. "O cara é um monstro, é incrível de ver isso de perto, estamos aqui para isso, estamos para o espetáculo", diz Iana de Brito, engenheira agrônoma, ao descrever o que viu. "Ele tem um poder, dá para ver que ele usa tudo o que pode. Um guerreiro, é o nosso guerreiro", completa.

"A gente acha fantástico. Ele fez um documentário aqui na França recentemente, a gente assistiu faz dois dias, daí ver o documentário e assistir ele nadar, a gente se sente tão pequena, porque ele é tão grande e a gente é só desse tamanho," diz a engenheira civil Juliana Xavier de Lima, que vive na capital francesa. "Os Jogos Paralímpicos mexem comigo e com os demais espectadores, mexe com todo mundo", observa a brasileira, que também estava na torcida neste domingo.

O filho dela, Hugo, de 12 anos, também comenta o desempenho de Gabrielzinho. "Eu acho ele inacreditável porque ele não tem braço, e ele tem umas pernas muito pequenas e consegue dirigir o carro e mandar mensagens com os pés", destaca o menino. "Ele é um exemplo porque não desistiu e se bateu até o fim", acrescenta o jovem torcedor franco-brasileiro.

Uma trajetória que impressiona até quem trabalha no evento, como o francês Eric Huynh, supervisor de fotografia do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024. "Há muitas coisas impressionantes sobre ele. A sua capacidade de ser muito autônomo, a maneira como ele mergulha e como ele nada, tão rápido e bonito. E quando ele sai da água, tem aquele sorriso incrível, é um atleta exemplar e inspirador", diz o fotógrafo.

Ovacionado na França, Gabriel tem transformado pessoas por onde passa. "Para mim, é alguém que me dá força. Eu olho e penso: meus pequenos problemas não importam. Ele me dá coragem e vontade de me superar, pois se ele consegue? Realmente essas pessoas são exemplos", completa Huynh.

"Um menino feliz e recordista mundial"

O técnico de Gabriel, Fábio Antunes, fala sobre a reação dos franceses ao talento do nadador. "Para a gente é uma energia a mais, ele é um menino carismático e feliz e isso é legal para mostrar que as pessoas com deficiência podem ser felizes, podem se divertir e ocupar qualquer lugar da sociedade", diz.

A RFI Brasil entrevistou o nadador Gabrielzinho após a classificação dele para a final dos 150 medley, no fim da manhã deste domingo, quando bateu o próprio recorde mundial da prova, com tempo de 3min 15s 06 centésimos. "Eu vim para nadar contra o relógio, contra mim mesmo que é o que eu sempre faço, eu gosto de estar sempre evoluindo e evolução quer dizer que se eu melhoro o meu tempo e sou melhor do que eu fui ontem, para mim é muito gratificante", disse o atleta.

À noite em Paris, na final, Gabriel bateu novamente a sua melhor marca, terminando a prova com tempo de 03min 14s e 02 centésimos. "É o que eu falo, é sempre bom estar entre os melhores e brigar com os melhores é melhor ainda", disse. O atleta ficou em quarto lugar na categoria SM3, já que a modalidade dos 150 metros medley masculino é disputada em multi-categorias, mostrando o bom desempenho do brasileiro mesmo entre adversários com menos comprometimento físico-motor do que ele. O ouro ficou com o alemão Alexander Topf, que fez 3min 00s16. Os australianos Ahmed Kelly e Grant Petterson levaram a prata e o bronze.

Perguntado sobre o fato de ter sido citado em diversos jornais da França, Gabriel diz estar "muito feliz e emocionado porque jamais imaginaria viver tudo isso tão novo". Ele conta sobre "a atmosfera única e toda a energia, tudo o que está acontecendo". "Eu fico feliz, mas não é o que eu fico pensando, porque eu tenho que pensar nas provas, é o que eu vim fazer", diz, demonstrando concentração.

"Usar todas as armas"

Gabriel conta que treina de segunda a sábado, 4 horas por dia, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Uma rotina que as pessoas não veem, mas que ele cumpre com alegria. "Não veem o mais difícil, a rotina de treino, o dia a dia que. Eu falo que é o mais difícil. Na competição se você está cem por cento preparado, fica mais fácil de acontecer".

Para nadar, Gabriel usa a ondulação do tronco, a força de todos os músculos. "A parte técnica é difícil de falar, pois é o meu treinador que sabe, mas o meu objetivo é usar todas as armas que eu tenho, lutar com as armas que eu tenho, as pernas, o quadril muito forte, o ombro, a cabeça, o pescoço; é o que eu tenho, eu tenho que otimizar tudo isso e fazer o melhor, ser um atleta inteligente", resume.

Perguntado sobre a vida fora da piscina, ele descreve uma rotina alegre. "Muito tranquilo, muito feliz sempre, levando alegria onde passo e, hoje, na França eu vi que estou no caminho certo, de transmitir alegria para todo mundo, alegria que contagiou essa galera, é uma honra para mim passar essa energia positiva", diz.

E o que a natação significa na vida dele? "A natação significa tudo, transformou a minha vida, me proporciona coisas que eu jamais imaginaria viver, realizar sonhos e fazer o melhor que é nadar, algo que só depende de mim, isso é gratificante. Fico feliz e vamos continuar no caminho", promete.

Gabriel disputa ainda os 200m livre nesta segunda-feira (2) e os 50m livre na sexta (6) em Paris.

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Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris

"É um fenômeno brasileiro, estamos orgulhosíssimos de tê-lo aqui conosco", diz a engenheira Dafne Brito. "Muito legal, temos que torcer por ele, hoje e sempre", completa.

Com 1m e 21 centímetros de altura, Gabriel Araújo é um gigante da natação do Brasil. O mineiro que nasceu com focomelia, uma anomalia congênita que impediu a formação dos braços e pernas, detém diversos títulos internacionais e tem impressionado o público em Paris. "O cara é um monstro, é incrível de ver isso de perto, estamos aqui para isso, estamos para o espetáculo", diz Iana de Brito, engenheira agrônoma, ao descrever o que viu. "Ele tem um poder, dá para ver que ele usa tudo o que pode. Um guerreiro, é o nosso guerreiro", completa.

"A gente acha fantástico. Ele fez um documentário aqui na França recentemente, a gente assistiu faz dois dias, daí ver o documentário e assistir ele nadar, a gente se sente tão pequena, porque ele é tão grande e a gente é só desse tamanho," diz a engenheira civil Juliana Xavier de Lima, que vive na capital francesa. "Os Jogos Paralímpicos mexem comigo e com os demais espectadores, mexe com todo mundo", observa a brasileira, que também estava na torcida neste domingo.

O filho dela, Hugo, de 12 anos, também comenta o desempenho de Gabrielzinho. "Eu acho ele inacreditável porque ele não tem braço, e ele tem umas pernas muito pequenas e consegue dirigir o carro e mandar mensagens com os pés", destaca o menino. "Ele é um exemplo porque não desistiu e se bateu até o fim", acrescenta o jovem torcedor franco-brasileiro.

Uma trajetória que impressiona até quem trabalha no evento, como o francês Eric Huynh, supervisor de fotografia do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024. "Há muitas coisas impressionantes sobre ele. A sua capacidade de ser muito autônomo, a maneira como ele mergulha e como ele nada, tão rápido e bonito. E quando ele sai da água, tem aquele sorriso incrível, é um atleta exemplar e inspirador", diz o fotógrafo.

Ovacionado na França, Gabriel tem transformado pessoas por onde passa. "Para mim, é alguém que me dá força. Eu olho e penso: meus pequenos problemas não importam. Ele me dá coragem e vontade de me superar, pois se ele consegue? Realmente essas pessoas são exemplos", completa Huynh.

"Um menino feliz e recordista mundial"

O técnico de Gabriel, Fábio Antunes, fala sobre a reação dos franceses ao talento do nadador. "Para a gente é uma energia a mais, ele é um menino carismático e feliz e isso é legal para mostrar que as pessoas com deficiência podem ser felizes, podem se divertir e ocupar qualquer lugar da sociedade", diz.

A RFI Brasil entrevistou o nadador Gabrielzinho após a classificação dele para a final dos 150 medley, no fim da manhã deste domingo, quando bateu o próprio recorde mundial da prova, com tempo de 3min 15s 06 centésimos. "Eu vim para nadar contra o relógio, contra mim mesmo que é o que eu sempre faço, eu gosto de estar sempre evoluindo e evolução quer dizer que se eu melhoro o meu tempo e sou melhor do que eu fui ontem, para mim é muito gratificante", disse o atleta.

À noite em Paris, na final, Gabriel bateu novamente a sua melhor marca, terminando a prova com tempo de 03min 14s e 02 centésimos. "É o que eu falo, é sempre bom estar entre os melhores e brigar com os melhores é melhor ainda", disse. O atleta ficou em quarto lugar na categoria SM3, já que a modalidade dos 150 metros medley masculino é disputada em multi-categorias, mostrando o bom desempenho do brasileiro mesmo entre adversários com menos comprometimento físico-motor do que ele. O ouro ficou com o alemão Alexander Topf, que fez 3min 00s16. Os australianos Ahmed Kelly e Grant Petterson levaram a prata e o bronze.

Perguntado sobre o fato de ter sido citado em diversos jornais da França, Gabriel diz estar "muito feliz e emocionado porque jamais imaginaria viver tudo isso tão novo". Ele conta sobre "a atmosfera única e toda a energia, tudo o que está acontecendo". "Eu fico feliz, mas não é o que eu fico pensando, porque eu tenho que pensar nas provas, é o que eu vim fazer", diz, demonstrando concentração.

"Usar todas as armas"

Gabriel conta que treina de segunda a sábado, 4 horas por dia, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Uma rotina que as pessoas não veem, mas que ele cumpre com alegria. "Não veem o mais difícil, a rotina de treino, o dia a dia que. Eu falo que é o mais difícil. Na competição se você está cem por cento preparado, fica mais fácil de acontecer".

Para nadar, Gabriel usa a ondulação do tronco, a força de todos os músculos. "A parte técnica é difícil de falar, pois é o meu treinador que sabe, mas o meu objetivo é usar todas as armas que eu tenho, lutar com as armas que eu tenho, as pernas, o quadril muito forte, o ombro, a cabeça, o pescoço; é o que eu tenho, eu tenho que otimizar tudo isso e fazer o melhor, ser um atleta inteligente", resume.

Perguntado sobre a vida fora da piscina, ele descreve uma rotina alegre. "Muito tranquilo, muito feliz sempre, levando alegria onde passo e, hoje, na França eu vi que estou no caminho certo, de transmitir alegria para todo mundo, alegria que contagiou essa galera, é uma honra para mim passar essa energia positiva", diz.

E o que a natação significa na vida dele? "A natação significa tudo, transformou a minha vida, me proporciona coisas que eu jamais imaginaria viver, realizar sonhos e fazer o melhor que é nadar, algo que só depende de mim, isso é gratificante. Fico feliz e vamos continuar no caminho", promete.

Gabriel disputa ainda os 200m livre nesta segunda-feira (2) e os 50m livre na sexta (6) em Paris.

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