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Chanceler alemão aposta em derrota na moção de confiança para antecipar eleições
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Pouco mais de três anos após assumir o cargo, o chanceler alemão, Olaf Scholz, é submetido a uma moção de confiança no Bundestag, a câmara baixa do parlamento alemão. Sua coalizão de governo perdeu a maioria parlamentar em novembro, depois da demissão do ministro das Finanças, líder de um dos partidos da base governista. Scholz espera perder o voto dos parlamentares para abrir caminho para eleições antecipadas na Alemanha.
Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim
A Alemanha se prepara para novas eleições. Pelo menos esse é o objetivo do chanceler alemão ao encaminhar a moção de confiança aos parlamentares. Ele afirmou querer perder a votação no Bundestag, para provocar uma nova eleição no país, que deve ocorrer em 23 de fevereiro.
De acordo com as regras do procedimento e o artigo 68 da Lei Básica, a Constituição alemã, o chanceler pede aos deputados que expressem sua confiança nele.
Após um pronunciamento de Scholz e uma rodada de discursos dos parlamentares, os 736 membros da câmara votam a moção apresentada pelo chefe do Executivo.
"Perder para ganhar"
O objetivo de Scholz é "perder para ganhar", isso é, ser derrotado na moção de confiança para possibilitar uma nova eleição e depois vencer esse pleito e poder, assim, formar um novo governo mais estável.
Desde a decisão de Scholz, no início de novembro, de demitir o ministro das Finanças e líder do partido liberal FDP, Christian Lindner, o chanceler perdeu a maioria que tinha no parlamento, sustentada pela aliança entre sociais-democratas, verdes e liberais.
A expulsão de Lindner do governo levou à saída dos outros ministros liberais da aliança tripartite e à saída do FDP da coalizão que sustentou o governo alemão nos últimos três anos.
O colapso da coalizão de governo foi provocado por desentendimentos entre os três partidos, principalmente sobre os rumos da política econômica em uma época em que a Alemanha atravessa um período de economia estagnada.
Sem chance de "vencer" moção
Mas, na verdade, não existe chance de que Scholz ganhe a moção de confiança. Para isso, ele necessitaria de 367 votos. Os liberais, que deixaram a coalizão, não votarão nele e muito menos os conservadores da oposição.
O chanceler só pode contar com os votos dos seus sociais-democratas, que têm 207 cadeiras.
Já os verdes, que têm 117 assentos, afirmaram que vão se abster, para não dar chance de uma surpresa vinda das fileiras da Alternativa para a Alemanha (AfD). Foi especulado que a legenda de extrema direita poderia votar a favor do chanceler, para provocar incerteza política. Alguns parlamentares da sigla, inclusive, deixaram em aberto essa possibilidade, em declarações à imprensa.
Próximos passos
Ao perder a moção de confiança, Scholz deve pedir ao presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, que dissolva o parlamento, algo que o chefe de Estado tem 21 dias para fazer, embora ele não tenha obrigação de fazer.
Mas Steinmeier já expressou sua disposição de dissolver o Bundestag para que as eleições antecipadas possam ser realizadas. O dia previsto para o pleito é 23 de fevereiro, data que foi acertada por um acordo entre parlamentares sociais-democratas e conservadores, com a anuência dos verdes e liberais.
Pesquisas dão a Scholz pouca chance
Segundo as pesquisas, as chances de Olaf Scholz conseguir vencer as eleições parlamentares em fevereiro e continuar governando o país com uma coalizão estável são reduzidas.
Scholz é um governante bastante impopular, que nos últimos tempos tem tido um péssimo desempenho nas pesquisas. Se as eleições fossem hoje, ele provavelmente não conseguiria uma maioria para liderar um novo governo.
Uma sondagem divulgada neste fim de semana pelo jornal Bild mostra como favorita para vencer o pleito a aliança oposicionista dos conservadores democratas-cristãos dos partidos CDU e CSU, com 31% dos votos.
A Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, aparece como a segunda força, com 20%, à frente do SPD de Olaf Scholz, que atingiria 17%. O Partido Verde obteria 11%, enquanto os populistas do partido Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), ficariam com 8%. Já os liberais do FDP somariam apenas 5% dos votos.
1415 эпизодов
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Pouco mais de três anos após assumir o cargo, o chanceler alemão, Olaf Scholz, é submetido a uma moção de confiança no Bundestag, a câmara baixa do parlamento alemão. Sua coalizão de governo perdeu a maioria parlamentar em novembro, depois da demissão do ministro das Finanças, líder de um dos partidos da base governista. Scholz espera perder o voto dos parlamentares para abrir caminho para eleições antecipadas na Alemanha.
Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim
A Alemanha se prepara para novas eleições. Pelo menos esse é o objetivo do chanceler alemão ao encaminhar a moção de confiança aos parlamentares. Ele afirmou querer perder a votação no Bundestag, para provocar uma nova eleição no país, que deve ocorrer em 23 de fevereiro.
De acordo com as regras do procedimento e o artigo 68 da Lei Básica, a Constituição alemã, o chanceler pede aos deputados que expressem sua confiança nele.
Após um pronunciamento de Scholz e uma rodada de discursos dos parlamentares, os 736 membros da câmara votam a moção apresentada pelo chefe do Executivo.
"Perder para ganhar"
O objetivo de Scholz é "perder para ganhar", isso é, ser derrotado na moção de confiança para possibilitar uma nova eleição e depois vencer esse pleito e poder, assim, formar um novo governo mais estável.
Desde a decisão de Scholz, no início de novembro, de demitir o ministro das Finanças e líder do partido liberal FDP, Christian Lindner, o chanceler perdeu a maioria que tinha no parlamento, sustentada pela aliança entre sociais-democratas, verdes e liberais.
A expulsão de Lindner do governo levou à saída dos outros ministros liberais da aliança tripartite e à saída do FDP da coalizão que sustentou o governo alemão nos últimos três anos.
O colapso da coalizão de governo foi provocado por desentendimentos entre os três partidos, principalmente sobre os rumos da política econômica em uma época em que a Alemanha atravessa um período de economia estagnada.
Sem chance de "vencer" moção
Mas, na verdade, não existe chance de que Scholz ganhe a moção de confiança. Para isso, ele necessitaria de 367 votos. Os liberais, que deixaram a coalizão, não votarão nele e muito menos os conservadores da oposição.
O chanceler só pode contar com os votos dos seus sociais-democratas, que têm 207 cadeiras.
Já os verdes, que têm 117 assentos, afirmaram que vão se abster, para não dar chance de uma surpresa vinda das fileiras da Alternativa para a Alemanha (AfD). Foi especulado que a legenda de extrema direita poderia votar a favor do chanceler, para provocar incerteza política. Alguns parlamentares da sigla, inclusive, deixaram em aberto essa possibilidade, em declarações à imprensa.
Próximos passos
Ao perder a moção de confiança, Scholz deve pedir ao presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, que dissolva o parlamento, algo que o chefe de Estado tem 21 dias para fazer, embora ele não tenha obrigação de fazer.
Mas Steinmeier já expressou sua disposição de dissolver o Bundestag para que as eleições antecipadas possam ser realizadas. O dia previsto para o pleito é 23 de fevereiro, data que foi acertada por um acordo entre parlamentares sociais-democratas e conservadores, com a anuência dos verdes e liberais.
Pesquisas dão a Scholz pouca chance
Segundo as pesquisas, as chances de Olaf Scholz conseguir vencer as eleições parlamentares em fevereiro e continuar governando o país com uma coalizão estável são reduzidas.
Scholz é um governante bastante impopular, que nos últimos tempos tem tido um péssimo desempenho nas pesquisas. Se as eleições fossem hoje, ele provavelmente não conseguiria uma maioria para liderar um novo governo.
Uma sondagem divulgada neste fim de semana pelo jornal Bild mostra como favorita para vencer o pleito a aliança oposicionista dos conservadores democratas-cristãos dos partidos CDU e CSU, com 31% dos votos.
A Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, aparece como a segunda força, com 20%, à frente do SPD de Olaf Scholz, que atingiria 17%. O Partido Verde obteria 11%, enquanto os populistas do partido Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), ficariam com 8%. Já os liberais do FDP somariam apenas 5% dos votos.
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